Aspectos do mal-estar na contemporaneidade: Escritas de eros

“O amor só se escreve graças a uma abundância, a uma proliferação de desvios, chicanas, elucubrações, delírios, loucuras – por que não dizer a palavra – que ocupam um lugar enorme na vida de cada um.”
LACAN, J.

“Recorrer ao não todo, ao ahomemenosum [hommoinsun],isto é, aos impasses da lógica é, ao mostrar a saída das ficções da Mundanidade, produzir uma outra fixão [fixion] do real, ou seja, do impossível que o fixa pela estrutura da linguagem.
LACAN, J. “O aturdito”.

Buscando situar aspectos estruturais do fantasma nas suas manifestações contingentes, históricas e ficcionais, abordaremos este ano as escritas de eros.

O fantasma mantém sua estrutura nas marcas singulares da experiência de cada sujeito. Mas alguns elementos podem também ser tomados de empréstimo ao tesouro comum da cultura de determinada época, de determinado local, no que Lacan chamou de prêt à porter ou ready made.

Como pensar o laço entre o amor, efeito de discurso em suas variações históricas, e o fantasma como a estrutura indicada no matema $<>a?

O amor esteve muito presente ao longo do ensino de Lacan e das mais diversas maneiras: o amor como uma das paixões do ser, como horizonte de toda demanda, como sentimento cômico, como fazendo o gozo condescender ao desejo, como visando o ser do outro, etc.

O amor antigo, no longo comentário sobre o Banquete de Platão, o amor cortês e o amor cristão, eros e ágape, o amor extático e o físico, são alguns exemplos das várias vias tomadas pelas reflexões de Lacan sobre o amor, que proporcionam as balizas para nosso trajeto.

 

Claudia de Moraes Rego
Olga Soubbotnik

Início: 30 de janeiro
Sábados às 14h (quinzenal)