“À nossa necessidade de achar causas, necessidade imperiosa, satisfaz que todo processo tenha uma  causa rastreável. (…) contudo, todo acontecimento parece ser  sobredeterminado, se revela como efeito de várias causas convergentes”
S. Freud. “Moisés e o monoteísmo”, 1939.

 

“O estatuto do inconsciente, que eu lhes indico tão frágil no plano ôntico, é  ético”.
J. Lacan. Os quatro conceitos
 fundamentais da Psicanálise, 29/01/64.

 

Que cada analista – de modo singular – seja tomado pela causa analítica, não impede que haja entre eles um laço social a ser presentificado na Escola. Por outro lado, esta causa faz advir uma ética que não sustenta nenhuma técnica mas um operar com o desejo do analista. Este é o norte da ética da psicanálise. Afastando-se dos ideais de felicidade e do delirante discurso do completo bem-estar físico, mental e social, a práxis analítica visa o encontro radical do sujeito com o vazio da causa do desejo. Uma nova posição frente ao mal-estar na cultura aí poderá advir. Um analista também poderá ser produzido…

Frente ao cenário social – que  busca promover o apagamento do sujeito  desejante e tenta degradar sua causa aos objetos consumíveis – uma política de falta a ser, do lado do analista, é a condição essencial para  que o atravessamento da perda e da falta  possa propiciar o que é da ordem da causa surgir do lado do analisante.

Estas são as referências com as quais trabalharemos no seminário deste ano.

 

Francisco José Bezerra Santos    
Início: 06 de março.
Terças-feiras às 20h (semanal)
Fortaleza – CE